In§tante§ ð'um £ouco: março 2007
Amas...
Ris...
Choras..
Desejas...
Sentes...
Sentes por sentir, sem razão...
Ah, é tudo tão ilógico!

Desculpa, mas hoje não...
Nem deixo o pensamento encher-se de ti.
Boneca de seda
Quem te embalará nos braços
Com os teus olhos de medo e fios retorcidos?
O teu signo é de boneca frágil.
Não receies.

Solta o teu corpo, assim...
Aninha-te em braços de vento.
Energia de forma ainda indeterminada...
Luz que não chega a ser centelha...
Transcendência que não se concretiza...

Natureza que pára, e chora.
Só quem vive de amor sabe o que o amor nos faz!
Amo-te, mas escuta o que te digo:
Afasto-me de ti, para seres feliz!...

Só quem vive de mágoa conhece a minha angústia...
O teu amor é um lugar ameno onde o sol brilha sempre.
Meu anseio da manhã...

Et-oma
Tenho a cabeça a estremecer com tanto esquecimento.
Tento dizer como tudo pode ser outra coisa.
Penso, falo.
Sonho na vertical.
E a morte passa de mão em mão,
Com o terror que existe sempre formulado numa vida.
É sempre outras coisas, coisas cobertas de nomes.
Por vezes tudo se abrilhanta.
Por vezes canta e sangra!

Os campos imaginam as próprias rosas.
Eu imagino o meu campo de rosas.
(e a morte vai passando de mão em mão...)
Consomes-me proibições
Atiças-me possibilidades de te ter
Provocação!!
Sons de virgem em boca vadia a enlouquecer-me
Tormento indecoroso
Suborno obsceno
Consumição imprópria

Diante de mim, Sedução!
Tudo em mim
Se deposita
E silência.
Até que num ímpeto
Uma ventania
Ou um susto
(a palavra dispara)
E...
Minhas palavras
Ficam um tumulto
A voz
Que nelas falam
Outra voz
Arrastam em clamor!
Basta escutar...
Num quarto sombrio
Pronto a aceitar
A própria nudez
Isento-me de tudo.
Uma luz projecta-me
Memórias uterinas...

Sou homem em estado bruto, sem atributos.
Tenho como medida a nudez.
Alma insensata
Por vezes presa
Num ténue fio
A interpretar
A luta entre o delírio
De habitar um corpo
Que respira e se inspira
E assim permanece
A recear os escritos

Desafio de coabitar
Com um bicho
Que não retoca
Os segredos
(só sente)
SATARDEI NAITE FIVARE
Hoje sinto-me assim...
Em paz com o Mundo.
Apetece-me abrir os braços
E hospedar todos os malfeitores
Indigentes, amigos e indiferentes.

Mostro o meu desejo louco
De juntar todos num abraço!
Caio no vazio, no indeterminado...
Tacteio a escuridão
Não me encontro, não me vejo.
Perscruto a imensidão
Ninguém. Ninguém!
Encontro somente
preso no meu peito
Um coração em tumulto
Aos pulos como um louco.

Embriagado num insano desejo
Adoeço de saudade...
- ... e as palavras???
Durmo desperto no pesadelo dos sonhos! Insónio-me...
Preciso consolar a alma
Ferida nas tempestades da vida,
Insuflada de dores e lágrimas
Deambulando na procura de dias primaveris.

Preciso acalentar a alma,
É terna flor que cresce num mundo de ilusões
Ansiosa por campo fértil.

Preciso encorajar a alma,
É criança alegre, inocente
Que se oferece em riso,
Ternura e graça
A desconcertantes tiranias.

Preciso estimular a alma
Antes que expirem os sonhos...
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