In§tante§ ð'um £ouco: outubro 2008
Na minha saudade existe a tua saudade
No meu desejo o teu desejo.
É impossivel perder
Quem nunca se encontrou...
Nunca rasgámos o rio
Nunca fomos cidade
Nunca cheirámos o verde
Nunca sentimos orvalho
Nem nunca a palma da mão
Criou a forma dum afago
Apenas encontrámos cor
No tom de uma cigarra.

É impossivel perder
Quem nunca se encontrou...
Meu ódio de ternura
Meu sorriso profundo
Minha raiva de te ver.
Na singular razão de tudo que faço
Nada importa o que eu seja.
Memória curta, finada em pensamento.
Esquecida!
Pouco importa o que seja
Ou que deixe de ser.
Morro em esquecimento
Entre um instante e um momento.
Viver não é lembrar
viver é ser.

Viver sem lembranças
Viver na morte do pensamento...


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