In§tante§ ð'um £ouco: junho 2009
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Porque inventaram a dor ao fim de uma noite de luar?

Quem imaginou que existias?
Quem desejou os lábios sobre os teus?

Porque roubaram a luz da lua?
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Estou cansado
Do sonho que não quero
Do pesadelo que não vem...
Passo as noites a delirar
Pensamentos de louco a brincar.


E nas veias nem Deus nem sangue
Só o lugar da insanidade.
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De olhos plenos de nada
Vão sensíveis passos
Orfãos de tudo
Cheios de coisa nenhuma
Certos, incertos
Arrastam mundos
De memórias perdidas.

Tomara eu um chão que me levasse
Para bem longe de mim...
Bastava-me o som de um olhar
Para nesse gesto renascer.
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...sob a ternura do teu amor...
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Que morra a terra
Onde me enterro
E a chuva devaste
O podre do pensamento

Que sangre a espera
Onde me esvaio
E os ossos partam
Para longe de mim

Que chore a vida
Onde não ando
E a tristeza esquarteje
O negro deste céu


Que todas as preces que não rezo
Façam o milagre fecundo da minha morte...
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