Aqui, sentado à beira de mim Neste mar feito céu Caio em torrente Sobre um castelo desmantelado. Sofro por ter sofrido Nesta angústia que não encerra Angústia que trepa à boca Na esperança que não termina. Amarga esta amargura... -Existência insegura- Canso-me de tudo Tudo me pesa.
Gostava de te ter aqui Mesmo que o teu cantar fosse mudo...
A loucura que revelo é falsa Como a sanidade que me veste. A verdade da minha mentira É o extase da alma em gozo Sensações gravadas na pele Encarquilhar das entranhas Sangue ateado de emoção A minha loucura É tão intima quanto a sanidade!
A secreta exacerbação do meu sentir É a verdade da minha mentira..
Nem sei Que me Desgosta A alma. Suposta Dor que Doi Realmente... Como uma Ave Em queda Num céu Calmo, Afogo-me No meu Ser. Lá, Encontro Memórias De mim...
Pensam que vivo de infinitos amores. Deixo-os pensar...! Não sabem o que há de majestoso Nos meus sonhos... Pensam que uso mil cores para amar. Deixo-os pensar...! Não compreendem os meus amores Não compreendem o meu luar de desejos... Há quem pense que sou perverso, disparatado. Deixo-os pensar...! Uso risos de louco!
Geme a escuridão... Pelas esquinas dobram-se sombras, Tocam-se gomos de volúpia... Num aperto silencioso Tombam corpos sobre almas, Escorre a paixão e a dor... Fartou o sonho!