In§tante§ ð'um £ouco: outubro 2006
Penso em ti...
Relembro o teu rosto de mil sóis
Relembro os teus lábios de anjo
Relembro as tuas mãos flor-de-lis
Relembro o teu olhar á luz de uma noite de sonho
Relembro a tua voz que me recorda um beijo que desfolhei
Penso e lembro...

(Pensarás em mim nesta noite tão imensa e deserta...?)
Com uma fome insaciável
Engulo aos pedaços o tempo
Que medeia entre a vida e a morte.
Saltam-me os sentidos sobre o corpo...
Excitação que ingiro levianamente
Nos instante de vida!
Sonho ter-te nos meus braços
Mas estás sempre tão longe de mim...
Estou sózinho no meio da multidão
Que nem supõe os meus desejos.
Quero sentir o teu calor, tocar-te...
Estou entre a multidão que não posso tocar.
Quero beijar-te
Não sinto o sabor dos teus lábios...
Quero segurar-te as mãos
Não consigo alcançar o invisivel...
Foges de mim
Como a presa do caçador.

...Estás além dos meus sonhos...
Depois de esquecer o dia,
Sentir-me repleto e refeito
Vejo-me parado, á espera...
Olhar atento, ansioso
Como se estivesse pela primeira vez á beira de mim
Como se pudesse encontrar o que não sei
Nem saberei...
É zenite e cobre
É Pó e fuga
Corcéis...
Horizontes em cavalgada

Cinzentos de Outono
Chuva sadia
Rios...
Presente em passo

(Ai! Rimas
Dois versos!)

Requebram árvores
Ave fugida
Floresta...
Matéria que ondula

Pena que pego
Traço que ílude
Aranha...
Papeis em pesadelo

(Ai! Rimas
Quatro versos de amor!)
Quem pode dizer
Que os alquimistas pereceram?
Quem pode dizer
Que os sonhadores desistiram?
Quem pode dizer
Que os mágicos se extinguiram?
Quem pode dizer
Que os tocadores de harpa se calaram?

Quem se atreve a reconhecer que deixou de ser criança?
Eu não, minha loucura não o permite…
Multipliquei-me, para te sentir
Para te sentir, precisei ser tudo
Extravasei, não fiz senão transbordar
Entreguei-me...
Entreguei-me despejadamente
Entreguei-me como um louco
Absolutamente louco só por sentir
Sentir de todas as maneiras.
Sou um desejo contínuo...
Cada canto de mim contém uma alma diferente que te deseja
Permaneço no silêncio incerto e apagado.
Desprovido de animo de sonho de alma e de salmo
Estou no fio que dispersa o meu universo mensurável e tempificado
Do que não consigo julgar nem medir nem criar.

Disperso, protejo-me de mim...
Quero!
Quero correr por caminhos e estradas de fascinação e sortilégio
Quero viver e ser!
Quero viver e ser dentro do meu próprio ser
Quero a distancia entre a criação e o sonho
Quero a distancia entre o devaneio e a quimera
Quero a distancia entre o criador e a obra

Quero o nada e o tudo!
...no limiar da loucura...
Convivência...?
Nem sempre é pacifica
Entre a serenidade e o tormento
Contradições complementares do meu sentimento e razão.

Paradigma, sintagma?
Tesão e tédio!
Dizes que me amas
É tão fácil acreditar em ti...
Evito declarar-te o meu cepticismo
Digo que te quero como tu me queres...
Fala! As palavras que disseres
Ingiro-as, como um perfume bendito
Engulo-as, como um doce afortunado.
Exagero?
Há tanta afinidade entre o ser e o não ser.
Tu, mentes que me amas
E eu acredito na mentira que me contas...

Instantes de regresso á infancia,
Território do imaginário e do sonho.
O melhor lado do pensar mistura-se com o sentir...
Aí, descubro a brecha para a sanidade mental.

Momentos de consciente loucura...
Não vos peço perdão, contudo
Se não gostarem desta canção
Não penseis que me enterro em longo estudo
Por vossa alma gostar de outra harmonia!
Se mudo ideias e diversifico no verso
É porque assim anda a minha fantasia...

Critica, não, rio dela!
Posso trazer o céu até á minha mão
Quando minha alma a outra se enreda.
Nada acharás mais sereno,
Nada que se adapte tanto a um sonho...
Reconheço-me nas tuas buscas
Sem que me indiques caminhos
Sem que me sinalizes atalhos.
Sou a parte encontrada em ti
Ousada realidade
Que por descuido
Guardaste em sonho...
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