In§tante§ ð'um £ouco: abril 2009
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O que sou sob este manto negro
Que em silêncio encerra
As minhas preces.

Lúgubre, lúgubre como cânticos
Que jorram de nascentes d'água...
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Foi-se o firmamento e os mares
Foi-se o chão
E os lençois de neve
Onde o amor é sonho.

Desapareceu o sol, o sorriso, a pureza das águas.
Há que encontrar descanso para tamanho tormento...
Morfina!

Todo o corpo é dor
Dói-me a alma
Doem-me ossos que não são meus.

Sangram todas as frases
Que não fui capaz de proferir
Dói-me o pensamento infinito
De negro distante.

Despojos de aves a despertar
Gritos, aliâncias bestiais
Laminas de aço, armas letais.
Suspiro veludos com melancólico vagar...

Cai a luz
Conduz-me a noite.
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Clamo a morte!
Grito-a traqueia fora
Com a fala entrevada em querer
Desejo-a neste sórdido negro
Esventrada a golpes de dedo.

Possui-la e nunca mais...
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