Tenho a cabeça a estremecer com tanto esquecimento. Tento dizer como tudo pode ser outra coisa. Penso, falo. Sonho na vertical. E a morte passa de mão em mão, Com o terror que existe sempre formulado numa vida. É sempre outras coisas, coisas cobertas de nomes. Por vezes tudo se abrilhanta. Por vezes canta e sangra!
Os campos imaginam as próprias rosas. Eu imagino o meu campo de rosas. (e a morte vai passando de mão em mão...)
Consomes-me proibições Atiças-me possibilidades de te ter Provocação!! Sons de virgem em boca vadia a enlouquecer-me Tormento indecoroso Suborno obsceno Consumição imprópria
Tudo em mim Se deposita E silência. Até que num ímpeto Uma ventania Ou um susto (a palavra dispara) E... Minhas palavras Ficam um tumulto A voz Que nelas falam Outra voz Arrastam em clamor! Basta escutar...
Alma insensata Por vezes presa Num ténue fio A interpretar A luta entre o delírio De habitar um corpo Que respira e se inspira E assim permanece A recear os escritos
Desafio de coabitar Com um bicho Que não retoca Os segredos (só sente)
Caio no vazio, no indeterminado... Tacteio a escuridão Não me encontro, não me vejo. Perscruto a imensidão Ninguém. Ninguém! Encontro somente preso no meu peito Um coração em tumulto Aos pulos como um louco.