
Fiquei nu,
Deambulei calçadas...
Tão indecoroso me notei,
Caminhos irregulares percorri
Dores expostas, escondidas á mostra...
Apesar de titubeante debrucei-me no chão.
Pouco a pouco desamamentei os medos.
Sujei com as lágrimas das palavras, a vida.
Num dado instante
Não fui eu quem falou,
Aliás, terei sido eu? Eu...?
Depravei em farsas.

Por que não vivem em mim?
Absorventes, inseparáveis
Sem nenhuma simetria.
Não há pendulos
Entre a chama que sufoca
E o oxigénio soluvel na água
Quando um se desenvolve
Através da realidade do outro.
Convivência,
Nem sequer passiva
Entre satisfação e privação
Contradições misturadas
De intuição e rectidão.
Paradigmas e sintaxes.
Tédio e tesão!
Permitam-me trespassar,
desordeiramente a fronteira.
...Das três dimensões...

Certificar-me que nada sei, destroi-me...
Quantas vezes me iludi e,
Pensei que era mais que os outros.
Agora, porém...
Sei, que nada sei
Que não sou ninguém
Que tudo me destroi
E jamais serei alguém
Procuro na sanidade respostas, mas, é na insanidade que as encontro.
Insano que te julgas sano!
Triste sina d'um louco...

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Grito surdo de saudade!!!!
"Queria que estivesses aqui
(...)
Como eu queria...
Como eu queria que estivesses aqui
Somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre este mesmo velho chão
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos
Queria que estivesses aqui"