
Escuto uma voz trémula e turva.
Escuto-a a gritar, quando no começo
Articulava lentamente uma suplica.
Ateio o fogo da Razão e percorro
As cavernas fundas do meu inconsciente.
A luz oscila, eu estremeço,
Só vejo treva amontoada.
Imploro, interrogo... Tudo é infrutífero.
Apenas silêncio.
Diante de mim chora uma Alma acorrentada...

Ela sabe da existências dos meus blogs, deste e de outro onde ponho poesia que vou lendo.
Vai daí, resolveu oferecer-me um poema para colocar no blog de poesia, mas eu não resisti e deixo-o aqui.
Tocou-me profundamente... é estes pequenos nadas que dão cor à vida.
Margarida, que a vida te ofereça momentos de pura felicidade, tudo o mais virá por acréscimo.
"Olá papá, deixo-te aqui um poema para o teu blog lindo e maravilhoso...
Homem-Pai
Quando no teu nascimento
me perguntaste se te acolhia...
comprometi-me que sim.
Prometi que para ti seria,
desse principio até ao fim,
um homem em renascimento.
Aperta com os teus dedos
esta mão de um pai
que apenas por o ser de ti,
descartou-se dos segredos...
e a impureza que já vivi
é o passado que hoje cai.
Reconhece nesta minha face
o homem que te dá a mão hoje,
que te nuble nenhuma memória!
Não sou mais aquele que foge,
ruminando no medo a sua história
por um infortúnio que passe.
Dorme, meu rapaz, dorme bem...
aqui, no teu leito protegido,
semelhante àquele que nunca tive...
Descansa pela vida que aí vem;
que nela seja o meu olhar um incentivo
e meu novo nascimento, conseguido...
Rui Diniz
É sobre um papá, lol."