Suprema tentação que me atrai Para o que receio E o temor excita-me Mais... e mais... Suprema paz que encarno E não acalma a calma Que calo... Suprema ilusão Escárnio que canta De mim mesmo... Louca vida Que a vida roubou... Suprema vontade que me enfeitiça Supremo êxtase Que me aprisiona E me mata...
Revejo no destino a indolente solidão do estar Clareira que alimenta a tristeza sob um sol antigo Não sinto as aves nem lembro o que me cerca Fujo para junto de um Deus que me persegue Risco na pele a formosura da morte Cegueira feita na minúcia dum olhar.
Carrego nos ombros achas de vida Momentos distantes, matéria sem uso Sonhos exilados dum instante que fica.