Vens… Inesperadamente! Em inquietude Como brisas doces que ateiam lume. Que desassossego Que encanto-veneno me trazes Nesse desejo de me quereres teu? Vens... Amadurecida no meu calor Ausente de corpo. Despida em suaves contornos Reflexos de paixão. E tu vens… Rasgas o teu corpo No meu. O teu vazio... Deslizas ternura que me lambe E lentamente desces Sobre mim Como o tempo quebrando asas. Ouço-te respirar. Guardo-te nas minhas mãos. Preencho-te. Perco-me.
No entupir do sangue pela noite Ofereço-me em sacrifício ao medo. Sou presa fácil, caça da vida!! Demência dócil que me engole... Celebro-me em arrepios de morte Encanto-me em sonos mórbidos Enleio-me em ressacas de embalar.
Assassino todos os enredos banais Abraço a chegada quando a fuga já é partida...
Colori olhares ao mais pequeno som Murmurado em ecos de paixão. Inventei mil desassombros d’alma Mil explosões de dor. Plantei amores Ofereci desamores. Procriei afectos até sufocar Na insuportável sensação da palavra Cravada a desejo.
Compus pequenas formas de ódio Que em mim criaram corpo...