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Aromas que da terra desabrocham
Ópio da minha vida, embriaguez do meu sentir...
Recebo da chuva os pingos
Que me cobrem o rosto
Que me limpam a alma...
E permito ao olhar
Perder-se na vastidão do infinito.
Bebo o sabor da maresia
Junto deste mar que é meu
Onde encontro o que sinto
Onde descubro o que sou...
A pequena parte do todo
Que me faz engrandecido.
Do longe crio o sonho
Onde o pensamento me faz
O que o tempo guarda da vida...
A pequena parte de mim que me anseia
Guardada como semente
Para ser jogada à terra.
Em algum lugar que não conheço
Serei chão, raiz, húmus
E assim será cumprido o destino.
É na delicadeza destas coisas que a vida me doi
Que toco no fundo, no sentido do que sou...