
Preso nas garras de um mundo obsoleto, ultrajado e inútil.
Caminho por ruas que se parecem com corredores
Onde as casas não passam de celas
Que me ferem os movimentos.
O barulho da cidade assusta-me!
Olho para os becos e vejo emergir
Corpos que lutam entre si.
Vejo o ódio desenhado nas máscaras de cada pessoa que passa
Vejo a ambição e o desespero que lhes queima o rosto.
Todos se preocupam com o mais importante:
ÓDIO, DOR, DESPREZO, MORTE, DESTRUIÇÃO!
Ninguém conhece ninguém e estão condicionados
A números a que chamam tempo, tempo de serem alguém.
São todos artificiais, não conhecem
A AMIZADE, o AMOR, a ESPERANÇA.
Tudo foi esquecido...
Sinto frio, a indiferença gela-me o coração.
Duas figuras brancas destacam-se da multidão.
Sei quem são, mas pouca importância lhes dou
Sei que para onde me levam tudo é diferente.
Sim, fui considerado LOUCO!