In§tante§ ð'um £ouco: julho 2008
Apenas e só teria sido como tu se fosse tu.
Triste a alegre hora que te ouvi a primeira vez!
Depois tudo foi cansaço de querer outras coisas.
É tudo mentira deste mundo pensar outras coisas,
Outras coisas onde tudo são outras coisas que se sentem.

És pássaro jogado ao vento
Que se alinha sem sentido
És mendiga entregue ao destino
Pela indiferença do meu mundo...
MOMENTO DE REFLEXÃO
Acomodem-se...

És horizonte
deitado sob a luz da lua.
Aproximas-te
como vento quente
desavindo
pela dimensão do desejo
que rompe da tua boca...
Em murmúrio
O teu olhar fala de amor
Liberta desejo
Inundado de todos os excessos.
Brisa da noite
Que me envolve o corpo
E aprisiona os sentidos.

Sinto o teu respirar
no sossego demorado das noites...

Deslizo
A tua imagem pela minha saudade
O teu cheiro pelo meu corpo
A tua voz, as tuas palavras pelo meu anseio.

Deslizo
As tuas mãos por entre as minhas pernas
Os teus lábios pela minha boca
O teu corpo pelo meu.

Deslizo
Tudo o que há neste mundo
E no entanto ficamos só nós
A dançar como reproduções oníricas.

Deslizo sonhos
Em espaços infindáveis
De amores, incontroláveis paixões
Vontades infinitas.

Deslizo
Hesitante, nervoso pela minha ânsia
De não te deixar deslizar
Por entre os meus dedos.
Uma dor grita
Arranca-me o coração
Tira-me a razão!

Como posso sustentar o amor
Se enlouqueço a cada dia que passa.
Transcrevo a poesia dum triste poeta enamorado
Copiada do próprio manuscrito.

*

Encontros breves
Contactos leves
Não chegam
Em ter
A tua presença.

Mas é convicção solar
Conter os fragmentos
Entre os segundos e os segundos.
Extensão aberta no tempo
Existência de estares aqui
Para além do teu múltiplo olhar.

Além disto
É sentimento
Esboço
Imagem impressa
No ar.

Segredo-te em silêncio a magia do meu amor...
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