In§tante§ ð'um £ouco: junho 2007
Ao longe estende-se um caminho
Feito de sonhos que por lá passaram...
Relembro esse tempo preso
Em recordações que ninguém desfez.

No coração guardo memórias
Que se soltam em desejos de ti...
Procuro em cada instante
Um sentimento forte
Que me faça esquecer
A razão de tamanha paixão.

Porque é tudo tão penoso...?

No meu sonho existe o teu sonho
No meu amor o teu amor...
Sou silêncio, sombra, prece...
Espirito oculto dos teus desejos
Pecado rasgado em ti...!
O tempo corrói-me a vontade
Desespero mudo, surdo.

Sinto-me cansado, pressinto o fim...
Escuto a voz que brota das entranhas
Mescla de loucura e sentimento!

Deito-me sobre pregos e sinto prazer...
Arranca-me bocado a bocado
Rouba-me a razão que me cala o peito
Não quero sorver o ácido amargo
O veneno insano que verte de mim.

Torna-me leve
Veste-me de sonhos...
Inventas sorrisos nas esquinas do teu olhar
Descobres pensamentos nas ruas do atrevimento
Atravessas ousadias de mão dada com o sentir
Seduzes a espera quando desesperas.

Na surpresa do teu encanto
Encontro um mundo de quimeras...
Não sei o que fazer
Quando de ti me aparto.

Sou incompletas regularidades
Discrepâncias...
Ruge felina a sanidade liberta
Urge o gozo da insanidade reprimida
Ante o momento disforme
Contraio o instante contrário.

Desperto o desproporcionado...
A música desliga-me do mundo...
Há quem a explique.
Eu...
Fecho os olhos
Escuto-a
E recordo emoções
E angústias
E aromas
E tristezas
E cores
E melancolias
E contentamentos
E imagens
E desejos.

Nela movimento a alma...
Que sei eu da essência...?
Fracção fugitiva!

Da vida fica o perfume...
Oiço o grito que morre só.
Sufoco.
Hermética solidão.
Gritante silêncio.
Estridente vazio.
Ávida cor do sangue vivo em fúria.
Embate.
Rebate no fundo da garganta.
Mudez que embaça.
Tensão que traça a alma que sofre.
Contenho a gota que morre.
A lágrima que corre.
Clemência!!!!
Sorriso inverso
Adverso
No verso plano.
Moribundo.
Tortura do meu sentir.
Esgar quente de sangue no pensamento.
Desfaleço sonhos...
Esvaio-me em inércias inquietas.
Contradições contrafeitas
Dores de dádiva.
Sangro emoções.
Cubro-me de dor...
Assisto-me ao longe
Em camarote real...
Frieza.
Vingança.
Perdição.
Sou mártir de mim!
Peço-me...
Clemência!!!!

Estou aquém e além de mim...
O que existe para além dos meus sonhos?
Inquietudes que me escapam
Por tudo que sou sem entender.

Navego o meu mar interior
Sou marinheiro do silêncio...
Porque me estranho...?
Sou o que não quero ser.
Parte de mim está desirmanada...
A alegria de um pedaço
É a tristeza do todo.

Doi-me não ser inteiro...
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