In§tante§ ð'um £ouco: novembro 2007
Meu querer é cobarde
Foge do que quero
Como quem foge do que queima
E quanto mais quero
Mais arde, mais queima.

Encontro-me alienado
Talvez morto, talvez descansado...
Beijo a tristeza
Agonia viva
Nascida na morte
Da lágrima
Duma flor.

Quanta saudade
Nos braços da minha dor...
Nas ausências
Nos silêncios
Nas sombras...
Algo mais de ti
No infinito de mim.

Fecho os olhos, sinto o teu calor
Sonho-te antes de adormecer...
Preciso ir mais longe
Despir-me do hábito da loucura
E realizar-me em mim.

Impera o silêncio
Meu traje pagão!
Não é o teu
Doce beijo
que eu quero

Quero o teu beijo
Louco de tesão
A arder em paixão
...ensaias no teu corpo
caricias
que quero minhas...
Sinto-me enjaulado, preso!
Preso nas garras de um mundo obsoleto, ultrajado e inútil.
Caminho por ruas que se parecem com corredores
Onde as casas não passam de celas
Que me ferem os movimentos.
O barulho da cidade assusta-me!
Olho para os becos e vejo emergir
Corpos que lutam entre si.
Vejo o ódio desenhado nas máscaras de cada pessoa que passa
Vejo a ambição e o desespero que lhes queima o rosto.
Todos se preocupam com o mais importante:
ÓDIO, DOR, DESPREZO, MORTE, DESTRUIÇÃO!
Ninguém conhece ninguém e estão condicionados
A números a que chamam tempo, tempo de serem alguém.
São todos artificiais, não conhecem
A AMIZADE, o AMOR, a ESPERANÇA.
Tudo foi esquecido...
Sinto frio, a indiferença gela-me o coração.

Duas figuras brancas destacam-se da multidão.
Sei quem são, mas pouca importância lhes dou
Sei que para onde me levam tudo é diferente.
Sim, fui considerado LOUCO!
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