In§tante§ ð'um £ouco

Caminham pelo vento
Com longas vestes

Trémulas asas
Batem contra o tempo

Vêm do imaginário
Rasam a memória

Voam com o vento

Escuto insectos
Deito-me rente
Na terra

Debruçados na noite
Imagino anjos
A beberem a lua

Pétalas
Gomos sorvidos um a um

Cintilam pequenas
Escamas

Penas
Uma a uma formulam desejos
Em asas de anjo

Movimento estagnado
De paredes que respiram
Através do sal do útero

Contidas menstruações
Num arquejar lento

Pés nús
Bordejam o vento
Controlam o espaço

Corpos de leme
Asas que se fixam

Eriçadas e acesas
Em ombros de anjo

Anjos apenas
Em corpos de mulher

Leve crepitar
De ombros
com asas à mistura

Minudência sexual
Conotação de aventura

Tenso clitóris entumescido
Vagina que desabrocha
Na ponta de dedos

Afastar de lábios
Entreabrir de coxas

Sonhos
Mentes que observam

Anjos que tremulam
Sobre tréguas

Instante de bater
O coração de pedra

Uma rosa em auxilio

O apoio das asas
No bater do tempo

Asolutamente vazio?

Anjo é vida
Mulher que flutua

Asas de quartzo hialino
Incolores e voláteis

Voos em asas de prazer

Falas de anjo
Sonhos de água na boca

Asas longínquas
Afago de ombros

Liquido céu
De olhos de mulher

Fantasia do tempo
Infracção das horas

Caminhar sedento
Na protuberância das asas

Será a queda o vicio dos anjos?

Destino que voa pelos meus olhos...

9 Comments:

Blogger Mαğΐα said...

Crazy Boy,
Vim abrir a janela!

Hummm protuberância...!Saliência...?

Desconfio...

22/8/08 20:20  
Blogger Estranha pessoa esta said...

E enquanto andares sedento...

...
Quando o ser humano deixa de ser sedento..
É que..

..

24/8/08 03:17  
Blogger Mαğΐα said...

..que... ?!

24/8/08 03:24  
Blogger Moon_T said...

Aguarda,
acalma as frustraçoes da alma.
permite que o abismo chegue a ti e nao o contrario. nao corras em direcçao ao precipicio pois é escusado procurar o inevitavel tal como o é de negar o irrecusavel.
É anjo? recorda a brisa quente que outrora se elevava ao por do sol. recorda o suave sopro que te roçou na orelha um dia. recorda a queda do anjo no teu proprio abismo colossal.
rende-te ao vernaculo que vive em ti e verás , sem duvida, o nascimento desse anjo sem asas.

A queda nunca será vicio mas sim uma opção.


obrigado

25/8/08 15:50  
Blogger Mαğΐα said...

:P <-- com asas

26/8/08 17:53  
Blogger Poesia Portuguesa said...

Como oprtunamente te referi e solicitei, o teu poema já foi postado...
Grata pela partilha.

Um abraço ;)

27/8/08 11:59  
Blogger Paula Raposo said...

Depois de ter lido o fantástico poema no Poesia Portuguesa e de o ter comentado, não pude deixar de vir aqui dizer-te que cada vez escreves melhor. Sinceramente. Muitos beijos.

27/8/08 12:23  
Blogger |Rosa_Choque| said...

Gostei...

bj

28/8/08 19:07  
Blogger Estranha pessoa esta said...

É que fica o caldo por entornar!

31/8/08 05:14  

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